Finalmente
consegui ler o livro que deu origem a um dos mais famosos filmes da história de
hollywood, por causa dos filmes eu tinha
uma alta expectativas para os livros, e posso dizer que foram todas superadas.
Quando
eu comecei ler esse livro uma amiga minha da faculdade falou para mim: Eu não
sei como você consegue ler livros deste tipo, cheio de violência, sangue e
ódio. Acho que ela e muitas pessoas não conseguem entender que O Poderoso
chefão e muito mais do um livro que deu surgimento ao um dos mais famosos
blockbuster da história, e uma representação de uma época, de uma realidade.
E
sem duvida que a máfia italiana seja uma fascinação do imaginário de muitas
pessoas, mas poucas pessoas conseguiram retratar ela tão bem como Mario Puzo, o
primeiro livro (por enquanto o único que li) e uma verdadeira obra de arte,
apesar de eu já ter visto milhares de vezes os filmes, eu fui pega num leitura
fascinante, lendo paginas e paginas sem querer parar, mesmo sabendo o que iria
acontecer porque aqui não importava o resultado, mas sim como chegamos ali, e
devo dizer que o caminho foi esplêndido.
Poucos
livros consegue retratar os milhares facetas de um personagem e nesse requisito
O poderoso chefão foi bem sucedido, um dos seus maiores triunfos foi colocar o
ponto de vista de vários personagens, e não ficamos presos na visão de um único
personagem (vide como Harry Potter).
Com
personagens vivos e complexos, com as mais variadas personalidades tivemos um
relato claro e preciso da família Corleone desde o seu surgimento na Sicília
até o seu ápice e decadência na América.
Apesar
das partes focadas em Johnny Foltane e Lucy Mancini foram exageradas, ocupando
mais espaço do que deveriam, eles são personagens para representar a influência
da família Corleone sobre os seus “afilhados” e o quanto lealdade e amizade não
são somente palavras para o Don Corleone, mas sim perspectivas.
O fato curioso é que de todos os personagens o
que mais (o único, na verdade) que menos recebeu a minha empatia foi o Michael, não sei
exatamente colocar o dedo na ferida, talvez com os outros livros eu possa
explicar o porquê, mas até agora tem algo nele que me incomoda.
Mas de todos os personagens quem roubou a cena, o
mais enigmático e misterioso era o Don Corleone, ele tomava uma presença de
espirito mesmo quando não estava na cena, nunca sabíamos exatamente o que ele
sentia ou que ele pensava, uma coisa era certa, a família Corleone não será o
mesmo sem ele, mesmo que Michael se torne maior do que o próprio pai foi. Don
Corleone tinha o respeito, medo e admiração de todos, elementos que é muito
raro caminhar junto.
Momento de decepção foi ver o Sonnie morrer tão
cedo, eu entendo que a morte dele foi o estopim na guerra, mas eu tinha uma
simpatia por ele, ele ainda estava imaturo, mas acho que ele conseguiria sim
comandar a família depois da morte do pai, ele só precisava um pouco mais de
experiências.
SPOILER: O final do livro não poderia ter sido
mais brilhante, alguém realmente imaginariam eliminar de uma única vez todos os
chefes de todas as famílias de NY? Foi sensacional, ponto de novo para Don,
apesar de ter sido o Michael que fez acontecer.
O Poderoso chefão é um frio retrato dos momentos
de glórias das máfias italianas, foi um retrato de imigrantes italianos (que
poderia ter sido os irlandeses, alemães, russos, inglês, etc..) que saíram de
sua terra natal com a esperança de uma vida melhor numa terra que glorifica por
ser chamada como “terra das oportunidades”, e se depararam com os preconceitos,
faltas de oportunidade, mas sutilmente também foi um retrato sobre lealdades,
amizades, mas principalmente sobre a família. As obras de Mario Puzo ficarão na
memória de todos os leitores, sendo eles fãs ou não de histórias sobre a máfia.
P.S: Os filmes ficaram tão bons quanto os livros,
e como se um completasse o outro.
Laís Frederico



0 comentários:
Postar um comentário